Apresentações
AI, AI, AI
MARCELO EVELIN (BR/NL)
29 ABR 2023
sábado às 21h
Local: Fórum Municipal Romeu Correia - Auditório Fernando Lopes-Graça
Preçário: Adultos - €6 | Jovens, Seniores, Grupos (+10) - €5
M/14 | Duração: 50 min.
Uma viagem poética às raízes afetivas de um bailarino e coreógrafo brasileiro há muito tempo longe de seu país. Um solo extremamente pessoal, concebido a partir de um processo investigativo do próprio corpo, entre o momento presente e a memória. "Ai,ai,ai" recebeu o Prêmio de Prata das Artes na Holanda quando estreou, em 1995.
O coreógrafo piauiense Marcelo Evelin vivia na Holanda quando criou "Ai, Ai, Ai" em meados dos anos 90, solo a que o coreógrafo regressa em 2010, e novamente em 2021. Saudade e identidade, presente e memória são evocados por Evelin para refletir sobre a violência, a colonização e a discriminação social num mundo reconhecidamente desigual. Concebido como um mergulho nas suas raízes, "Ai, Ai, Ai" é um trabalho pessoal criado a partir de questões inscritas no próprio corpo e pensamento. O processo de composição coreográfica desenvolve-se assim numa relação entre o movimento, interpretado distintamente por Evelin, e um conjunto de elementos teatrais, sonoros e imagéticos, representativos da cultura brasileira e das origens do coreógrafo.
"O título é ambíguo, referindo-se aos trejeitos de Carmen Miranda e ao choro-soluço de um criador exilado de casa há muitos anos. É também um compartilhamento de memórias com seu parceiro na época, John Murphy, e com o cineasta Karim Aïnouz – cuja memória também impregnou a obra. Pode-se dizer que Ai, Ai, Ai é um acerto de contas com o passado." (Christine Greiner, 2010)
Ficha Artística:
Concepção, Coreografia, Dança: Marcelo Evelin
Filmes em Super 8: Karim Ainouz
Cenário e Figurino: John Murphy e Clifford Portier
Assistência de Coreografia: Christiana Cavalcanti
Design de Som: Jaap Lindijer
Design de Luz: Marc van Gelder e Silva Neto
Música: Ella Fitzgerald e Chorinhos Brasileiros
Direção de Produção: Regina Veloso /Casa de Produção
Assistência administrativa: Humilde Alves/CAMPO arte
Assistência de palco e operação de som: Bruno Moreno e Gui de Areia
Realização: Demolition Incorporada
Marcelo Evelin - Bailarino, coreógrafo e pesquisador. Vive entre Teresina e Amsterdão. Trabalha no Brasil, Japão e em vários países da Europa como artista independente a frente da Plataforma Demolition Incorporada, baseada no CAMPO, um espaço de Residência e Resistência das Artes Performáticas em Teresina, no Piauí. Seus espetáculos "De Repente Fica Tudo Preto de Gente", "Batucada" e "A Invenção da Maldade" circulam atualmente por teatros e festivais do mundo. Ensina na Escola Superior de Artes de Amsterdão desde 1999 e vem criando projetos junto a Universidades e cursos de mestrado, entre eles ISAC (Bruxelas), Museu Reina Sofia (Madrid), EXERCE (Montpellier) e CND (Paris). Em 2019 recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Piauí. Recentemente criou "Drama"(2021) para La Manufacture (Lausanne, Suíça) e "La Nuit Tombe Quand Elle Veut"(2021) em colaboração com Latifa Laabissi.
THRESHOLD
MARIANA TENGNER BARROS (PT)
5 MAI 2023
sexta às 21h
Local: Casa da Dança - Ponto de Encontro
Preçário: - €5
M/14 | Duração: 60 min.
Na nova peça de grupo de Mariana Tengner Barros, THRESHOLD, 3 dançam o enigma do Cromeleque de Almendres. Dançam as criaturas que são, na fluidez da matéria dos corpos. Lenda instantânea de 3 fogueiras cósmicas. A dança desenha o indizível, o que se pode somente vivenciar, e apenas sobrevive na memória de quem o testemunha. A matéria é algo para ser experimentado, e 3 corpos fluem por entre o intemporal, invocam o absoluto na língua mãe universal: a dança. Mariana Tengner Barros convida ao limiar, entre o visível e o invisível. Coreografia de emoções em constante mutação, onde os corpos dos intérpretes revelam mistérios há muito adormecidos.
Ficha Artística:
Direcção artística e Coreografia: Mariana Tengner Barros
Interpretação: Luís Guerra, Márcio K. Canabarro e Mariana Tengner Barros
Figurinos/ Esculturas: António MV
Sonoplastia, Música: OAK Witch (Jonny Kadaver & Mee_K)
Consultoria artística: Francisco Camacho
Assistência à Criação: Ana Rocha
Direcção Técnica, Desenho e Operação de Luz: Nuno Patinho
Produção Executiva: Maria Paula Moraes
Produção: A Bela Associação
Co-Produção: Galeria Zé dos Bois e Companhia de Dança Contemporânea de Évora- CDCE
Projecto financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Fundação GDA
Mariana Tengner Barros - Coreógrafa, bailarina e performer. O seu trabalho tem sido apresentado em diversos países na Europa e América do Sul, salientando “The Trap” (2011, Vencedor do Prémio do Público Jardin D’Europe Áustria), “A Power Ballad” (2013) e “Resurrection” (2017) co-criações com o coreógrafo Mark Tompkins e “Instructions for the gods: i4gods” (2017). Colaborou com vários artistas enquanto bailarina, actriz e performer, salientando Francisco Camacho, Meg Stuart, John Romão, Ballet Contemporâneo do Norte, Diana Bastos Niepce, Elizabete Francisca, Nuno Miguel, António Mv, Jonny Kadaver, Agnieszka Dmochowska, Raquel Castro, Retina Dance Company e Rafael Alvarez.
Licenciada pela Northern School of Contemporary Dance em Leeds, Inglaterra (2003). Estagiou no Ballet Theatre Munich (2004). Membro fundador do colectivo artístico The Resistance Movement em Leeds (2005). Completou o Programa PEPCC no Fórum Dança em Lisboa (2009). Foi artista associada da EIRA (2013-16). É directora artística d’A BELA Associação. Integra a banda Kundalini XS e o projecto musical performativo Digital Pimp Hard at Work, ambos editados pela Gruta.
TAMBÉM SE MATAM CAVALOS
FRANCISCO THIAGO CAVALCANTI E UM CAVALO DISSE MAMÃE (BR/PT)
6 MAI 2023
sábado às 21h
Local: Fórum Municipal Romeu Correia - Auditório Fernando Lopes-Graça
Preçário: Adultos - €6 | Jovens, Seniores, Grupos (+10) - €5
M/14 | Duração: 70 min.
“O olhar de um cavalo é a coisa mais bela e triste que existe no mundo. Como materializar isso em uma dança. Não o olhar do cavalo, mas a sensação do olhar, o que provoca em mim…. É um amor profundo. Se matam cavalos quando estes deixam de ser úteis para o ser humano, como se algo ou alguém tivesse que ter alguma utilidade. A arte, por exemplo, não serve para nada. É por isso que quero fazer mil nadas. Essa peça é sobre uma manada de cavalos que corre livre no campo aberto, exaustos, porém felizes; não sabem que vão morrer na guerra. Essa peça é um exercício sobre a liberdade. Às vezes uma mentira pode virar verdade com o tempo. A imaginação é um convite. A vida é um susto.” FTC
Ficha Artística:
Criação e direção: Francisco Thiago Cavalcanti
Cocriação: Bárbara Cordeiro, Francisca Pinto e Piero Ramella
Colaboração: Clara Kutner, Lander Patrick e Lisa Nelson
Acompanhamento artístico: João Fiadeiro, Carolina Campos e Daniel Pizamiglio
Desenho de luz e som: Santiago Rodriguez Tricot
Agradecimentos: Lia Rodrigues, Marlene Monteiro de Freitas, Katarina Lanier, Jovan Ferreira, Isabela Peixoto, Carolina Sá, Telma Maria, equipe do PACAP 5 e do Forum Dança (Dora Carvalho, Carolina Martins, Mafalda Sustelo e Eduardo Quinhones Hall) e com muito amor Piero, Bárbara e Chica.
Francisco Thiago Cavalcanti - Artista cearense da dança, da performance e do teatro, bacharel em Dança e mestre em Educação na linha de pesquisa Inclusão, Ética e Interculturalidade. Começou sua prática nas artes aos nove anos e hoje com trinta e oito pode dizer que teve lindos encontros e trabalhos com artistas como Lia Rodrigues, com quem colaborou por sete anos, e: Luana Bezerra, Sílvia Moura, Márcio Abreu, Alex Cassal, Denise Stutz, Denise Fraga, Dani Lima, Clara Kutner, Marcela Levi, Lucía Russo, entre outros. Atualmente, nômade, desenvolve seu trabalho sozinho e com parcerias provisórias. Em 2022 cria a peça “Também se matam cavalos”, no Programa Avançado de Criação em Artes Performativas (Fórum Dança-PT), sob curadoria de João Fiadeiro.
BATUCADA
MARCELO EVELIN / Demolition Incorporada (BR/NL)
6 e 7 MAI 2023
sábado e domingo às 18h
Local: Teatro Municipal Joaquim Benite - Sala de Ensaio
Preçário: Adultos - €10 | Jovens - €7 I Seniores - €8
M/16 | Duração: 70 min.
BATUCADA se propõe como um acontecimento. O ritmo transita entre a festa e o protesto num ritual que expõe a relação conflitante entre uma coletividade quase tribal e as subjetividades dos indivíduos. O batucar em objetos cotidianos contagia, desmancha fronteiras entre espectador e artista, e provoca reflexões sobre a pulsão do homem na sociedade contemporânea.
BATUCADA é uma intervenção político-alegórica. Mascarados, os corpos subversivos batucam panelas, frigideiras e latas numa espécie de desfile apoteótico e revolucionário. O grupo é diverso, de artistas e "não artistas", da dança, do teatro, da música, arquitetura, moda, performance, da vida. Vindos de diversos países e residentes em Portugal, 40 performers cidadãos - selecionados a partir de uma convocatória pública - se misturam e se transformam um no outro, e na cadência de uma batucada atravessada, enganchada, suspensa, os corpos tornam-se instrumentos para as estruturas rítmicas e impulsionam a cadência de uma coreografia da qual o público também faz parte.
Ficha Artística:
Concepção, Criação e Direção: Marcelo Evelin
Colaboração artística no processo de criação: Carolina Mendonça, Elielson Pacheco e Sho Takiguchi
Colaboração artística nas edições 2023: Bruno Moreno
Performado por cidadãos-artistas selecionados convocatória pública
Design de Luz: Márcio Nonato
Direção de Produção: Regina Veloso/Casa de Produção
Assistência de Produção: Gui de Areia
Administração: Humilde Alves/CAMPO arte
Realizado por Demolition Incorporada, criado originalmente para o Kunstenfestivaldesarts/Bélgica
Marcelo Evelin - Bailarino, coreógrafo e pesquisador. Vive entre Teresina e Amsterdão. Trabalha no Brasil, Japão e em vários países da Europa como artista independente a frente da Plataforma Demolition Incorporada, baseada no CAMPO, um espaço de Residência e Resistência das Artes Performáticas em Teresina, no Piauí. Seus espetáculos "De Repente Fica Tudo Preto de Gente", "Batucada" e "A Invenção da Maldade" circulam atualmente por teatros e festivais do mundo. Ensina na Escola Superior de Artes de Amsterdão desde 1999 e vem criando projetos junto a Universidades e cursos de mestrado, entre eles ISAC (Bruxelas), Museu Reina Sofia (Madrid), EXERCE (Montpellier) e CND (Paris). Em 2019 recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Piauí. Recentemente criou "Drama"(2021) para La Manufacture (Lausanne, Suíça) e "La Nuit Tombe Quand Elle Veut"(2021) em colaboração com Latifa Laabissi.
O SUSTO É UM MUNDO
VERA MANTERO (PT)
12 MAI 2023
sexta às 21h
Local: Teatro Municipal Joaquim Benite - Sala Principal
Preçário: Adultos - €10 | Jovens - €7 I Seniores - €8
M/14 | Duração: 85 min. *Espetáculo com audiodescrição
Ambiguidade, duplos sentidos, contradição. O mundo nunca foi um lugar simples.
Uma peça que nos coloca perante o inconsciente, uma quase entrada no mundo dos sonhos, através de uma linguagem simbólica e simultaneamente quotidiana, ensaiando uma reconexão com a natureza e um combate a todos os sustos do mundo.
O psicanalista Carl Jung dizia que a sua linguagem devia ser ambígua e de duplo sentido porque só assim ela faria justiça à nossa natureza psíquica. Para ele, a união de elementos que habitualmente estão em oposição, sobretudo o inconsciente e o consciente, seria a única forma de conseguir chegar a uma nova atitude.
O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro faz notar que, aquilo que para um ocidental pode aparentar ser uma série de elementos contraditórios, para os indígenas brasileiros pode ser um conjunto de elementos perfeitamente conjugados e que se apresentam fazendo absoluto sentido, podendo mesmo constituir algumas das características basilares dos povos originários. As alegadas interferências das redes sociais em processos eleitorais recentes fazem-nos concluir que os media “saudáveis” são aqueles que não apresentam apenas um ponto de vista e sim vários, de preferência em Oposição.
O professor de ética Jonathan Haidt preocupa-se com o futuro dos seus alunos, que diz estarem encerrados em bolhas politicamente correctas, e aconselha-os a percorrerem mundo para serem capazes de Contradição e Oposição, que são elementos constitutivos da própria natureza do mundo*.
Uma educação para a cidadania será uma Educação para a Multiplicidade e para a Contradição?
Educação para o Susto?
*Couturier, B. 2018. Safe spaces: des étudiants qui ne supportent plus la contradiction.
Ficha Artística:
Direção artística e interpretação: Vera Mantero
Cocriação e interpretação: Henrique Furtado Vieira, Paulo Quedas, Teresa Silva e Vera Mantero
Desenho de luz: Leticia Skrycky
Criação sonora e interpretação: João Bento
Cenografia e adereços: João Ferro Martins
Figurinos e adereços: Marisa Escaleira
Assistência: Vera Santos
Participação na pesquisa: Vânia Rovisco
Textos: Henrique Furtado Vieira, Paulo Quedas, Teresa Silva, Vera Mantero
Audiodescrição: Roberto Terra / Dançando com a Diferença
Produção: O Rumo do Fumo
Coprodução: Teatro Municipal do Porto, Centro Cultural Vila Flor, Culturgest – Fundação Caixa Geral de Depósitos, Teatro Viriato
Apoio à residência artística: Centro de Experimentação Artística/Município da Moita, Companhia Olga Roriz, Estúdios Victor Córdon
Agradecimento: Paróquia de St. André e Stª Marinha à Graça
O Rumo do Fumo é uma estrutura financiada por República Portuguesa — Cultura | Direcção-Geral das Artes e Câmara Municipal de Lisboa
Projeto cofinanciado pelo Garantir Cultura, Compete 2020, Portugal 2020 e União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional – FEDER
Vera Mantero estudou dança clássica com Anna Mascolo e integrou o Ballet Gulbenkian entre 1984 e 1989. Tornou-se um dos nomes centrais da Nova Dança Portuguesa, tendo iniciado a sua carreira coreográfica em 1987 e mostrado o seu trabalho por toda a Europa, Argentina, Uruguai, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, EUA e Singapura. Desde 2000 que se dedica também ao trabalho de voz, cantando repertório de vários autores e cocriando projetos de música experimental. Em 1999 a Culturgest organizou uma retrospetiva do seu trabalho até à data, intitulada Mês de Março, Mês de Vera. Representou Portugal na 26ª Bienal de São Paulo 2004, com Comer o coração, criado em parceria com Rui Chafes. Em 2002 foi-lhe atribuído o Prémio Almada (IPAE/Ministério da Cultura) e em 2009 o Prémio Gulbenkian Arte pela sua carreira como criadora e intérprete.
NÉBULA
VANIA VANEAU (BR/FR)
13 MAI 2023
sábado às 21h
Local: Fórum Municipal Romeu Correia - Auditório Fernando Lopes-Graça
Preçário: Adultos - €6 | Jovens, Seniores, Grupos (+10) - €5
M/14 | Duração: 55 min.
Em Nébula, Vania Vaneau aborda o corpo humano em relação à natureza como o encontro de campos de forças em um contexto pós-apocalíptico. Numa espécie de arqueologia do futuro, Nébula questiona que outras relações com o tempo, com a fabricação, com a terra e com as quimeras, poderiam surgir para desenhar uma nova cosmogonia. Que mutações e hibridações poderiam emergir do caos? Acompanhada por Celia Gondol, artista visual e cenógrafa, músicos da Puce Moment (Nico Devos e Pénélope Michel) e Abigail Fowler no desenho de luz, Vania Vaneau centra a sua investigação na relação com materiais e gestos, por vezes arcaicos, telúricos, de metamorfoses e de aparições. Trata-se de revelar o estado original dos elementos, criando rituais de cura, fertilizando o espaço e explorando noções de catarse e êxtase. Nébula é também uma travessia para o desconhecido, um momento de eclipse para vislumbrar outros mundos possíveis. Aqui, o futuro e o passado se encontram, o tempo corre numa espiral que nos leva a uma “ficção-científica pré-histórica”.
Ficha Artística:
Coreografia e Interpretação: Vania Vaneau
Cenografia: Célia Gondol
Criação Musical: Nico Devos e Pénélope Michel (Puce Moment/ Cercueil)
Desenho de Luz: Abigail Fowler
Agradecimentos: Kotomi Nishiwaki, Melina Faka, Julien Quartier – Atelier De facto Produção: Arrangement Provisoire
Coprodução: Charleroi Danse, ICI - CCN de Montpellier/Occitanie (FR), STUK + Life Long Burning (BE), CCN de Caen/Normandie (FR), Programme Nomades/Nos Lieux Communs, Slow danse + CCNN - CCN de Nantes (FR), Les SUBS (FR), Le Gymnase CDCN Roubaix/Hauts-de-France (FR), La Chambre d’Eau (FR)
Suporte: Région Auvergne-Rhône-Alpes, L’Essieu du Batut, La Briqueterie CDCN Val-de-Marne (FR)
Vania Vaneau – Nasceu no Brasil e vive em França. Graduada na PARTS em Bruxelas e em psicologia na Université Paris 8. Participou de criações de Wim Vandekeybus, Maguy Marin, David Zambrano, Jordi Galí, Yoann Bourgeois e Christian Rizzo. Apresentou Blanc em diversos festivais da Europa, da América do Sul e da Ásia e recebeu com esta peça o Prémio Beaumarchais-SACD (Festival Incandescences 2015). Codirige a Cia. Arrangement Provisoire em Lyon com a qual é artista associada ao Le Pacifique CDCN de Grenoble de 2016 a 2020 e ao ICI-CCN de Montpellier de 2020 a 2022.
A sua pesquisa coreográfica vincula o trabalho físico a um aspeto plástico da fabricação e manipulação de materiais, figurinos e objetos cenográficos. Vania Vaneau se interessa pelas múltiplas camadas físicas e psíquicas que compõem o corpo humano em uma relação de continuidade com o meio natural e cultural. Jogando com intensidades e contrastes, ela explora as fronteiras entre o interior e o exterior do corpo, materiais visíveis e invisíveis e cria coreografias de plasticidade sensorial e imagética.
QUANDO EU MORRER ME ENTERREM NA FLORESTA
FRANCISCO THIAGO CAVALCANTI, FRANCISCA PINTO E UM CAVALO DISSE MAMÃE (BR/PT)
14 MAI 2023
domingo às 19h
Local: Casa da Dança - Ponto de Encontro
Preçário: - €5
M/14 | Duração: 60 min.
Com estreia na TRANSBORDA, “Quando eu morrer me enterrem na floresta” foi um dos quatro trabalhos selecionados para o “Apoio a Criação 2022”, uma parceria entre o Forum Dança de Lisboa e a Casa da Dança de Almada.
No conto “Meu tio o Iauaretê”, Guimarães Rosa nos convida a navegar em uma narrativa onde um homem em isolamento ao receber a visita de um forasteiro e sentir-se ameaçado transmuta-se em onça devorando o visitante. “Quando eu morrer me enterrem na floresta” é sobre uma natureza primitiva, furiosa, selvagem, implacável, vingativa, encantada. Neste estudo performativo, Francisco e Francisca investigam gestos inacabados, modulações tônicas e ativações da presença dentro de uma ficção onde habitam uma floresta de seres mágicos “que são onça, que são gente, que são onça, que são gente”. Nesse espaço de imaginação, onde público e performers estão muito perto, o morrer ao som de cigarras.
Ficha Artística:
Pesquisa, criação e performance: Francisca Pinto e Francisco Thiago Cavalcanti
Músicos: Domenico Lancelotti e Ricardo Dias Gomes
Assistência de direção e operação técnica: Bárbara Cordeiro
Colaboração: Ava Rocha, Bárbara Cordeiro, Clara Kutner, Marcelo Castro, Piero Ramella e Sara Paternesi
Uma realização do coletivo um cavalo disse mamãe
Agradecimentos: Casa da Dança, Fórum Dança, Carolina Matins, Valentim Pinto Coelho, Lia Rodrigues e equipe amiga colaboradora Ava, Bárbara, Clara, Marcelo, Piero e Sara.
Francisco Thiago Cavalcanti - Artista cearense da dança, da performance e do teatro, bacharel em Dança e mestre em Educação na linha de pesquisa Inclusão, Ética e Interculturalidade. Começou sua prática nas artes aos nove anos e hoje com trinta e oito pode dizer que teve lindos encontros e trabalhos com artistas como Lia Rodrigues, com quem colaborou por sete anos, e: Luana Bezerra, Sílvia Moura, Márcio Abreu, Alex Cassal, Denise Stutz, Denise Fraga, Dani Lima, Clara Kutner, Marcela Levi, Lucía Russo, entre outros. Atualmente, nômade, desenvolve seu trabalho sozinho e com parcerias provisórias. Em 2022 cria a peça “Também se matam cavalos”, no Programa Avançado de Criação em Artes Performativas (Fórum Dança-PT), sob curadoria de João Fiadeiro.
LAB-PERFORMANCE
BATUCADA com MARCELO EVELIN/ Demolition Incorporada
30 de abril a 5 de maio – Lab
6 e 7 de maio, 18h – Performances
Locais:
Casa da Dança – Ponto de Encontro
Teatro Municipal Joaquim Benite – Sala de Ensaio
Destinatários: Aberto a todas as pessoas interessadas em corpo, política e coletividade, com ou sem experiência anterior. Para maiores de 18 anos.
Número máximo de participantes: 40
Participação gratuita, sujeita a seleção prévia.
Inscrições através do formulário disponível em www.casadadanca.pt/oficinas/ contendo breve vídeo de apresentação a partir das seguintes questões: Quem é você? O que x motiva a participar do projeto e o que você poderia trazer para esta Batucada?
É necessário:
– Estar disponível durante todo o período da residência.
– Concordar em participar da apresentação pública.
– Assistir o vídeo (teaser) BATUCADA:
https://www.demolitionincorporada.com/batucada
BATUCADA se propõe como um acontecimento. O ritmo transita entre a festa e o protesto num ritual que expõe a relação conflitante entre uma coletividade quase tribal e as subjetividades dos indivíduos. O batucar em objetos cotidianos contagia, desmancha fronteiras entre espectador e artista, e provoca reflexões sobre a pulsão do homem na sociedade contemporânea.
BATUCADA é uma intervenção político-alegórica. Mascarados, os corpos subversivos batucam panelas, frigideiras e latas numa espécie de desfile apoteótico e revolucionário. O grupo é diverso, de artistas e “não artistas”, da dança, do teatro, da música, arquitetura, moda, performance, da vida. Vindos de diversos países e residentes em Portugal, 40 performers cidadãos – selecionados a partir de uma convocatória pública – se misturam e se transformam um no outro, e na cadência de uma batucada atravessada, enganchada, suspensa, os corpos tornam-se instrumentos para as estruturas rítmicas e impulsionam a cadência de uma coreografia da qual o público também faz parte.
Marcelo Evelin - Bailarino, coreógrafo e pesquisador. Vive entre Teresina e Amsterdão. Trabalha no Brasil, Japão e em vários países da Europa como artista independente a frente da Plataforma Demolition Incorporada, baseada no CAMPO, um espaço de Residência e Resistência das Artes Performáticas em Teresina, no Piauí. Seus espetáculos "De Repente Fica Tudo Preto de Gente", "Batucada" e "A Invenção da Maldade" circulam atualmente por teatros e festivais do mundo. Ensina na Escola Superior de Artes de Amsterdão desde 1999 e vem criando projetos junto a Universidades e cursos de mestrado, entre eles ISAC (Bruxelas), Museu Reina Sofia (Madrid), EXERCE (Montpellier) e CND (Paris). Em 2019 recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Piauí. Recentemente criou "Drama"(2021) para La Manufacture (Lausanne, Suíça) e "La Nuit Tombe Quand Elle Veut"(2021) em colaboração com Latifa Laabissi.
OFICINA
HEALLING RITUALS – RITUAIS DE CURA
com VANIA VANEAU
10 e 11 MAI 2023
Das 10h às 13h
Local: Casa da Dança - Ponto de Encontro
Destinatários: Profissionais, estudantes e interessados em artes performativas com alguma experiência em práticas corporais.
Número máximo de participantes: 20
Participação gratuita.
Inscrições através do formulário disponível em: https://www.casadadanca.pt/oficinas/ a partir de 3 abril (por ordem de receção).
Nesta oficina Vania Vaneau convida os participantes a atravessar experiências físicas e sensoriais que ativam as diferentes camadas do corpo físico e psíquico numa relação de continuidade que se cria entre o corpo e seu entorno, urbano ou natural.
A partir de verbos relacionados à ideia de cura pequenas ações (rituais) são elaboradas para transformar corpos, coisas, espaços, paisagens... pessoais ou coletivas, individuais ou universais.
A oficina propõe questionar a relação do corpo humano com o não-humano (matérias, vegetais, animais, astros...) e experimentar maneiras de ativar processos de transformação, unindo o real e a ficção.
Vania Vaneau - Nasceu no Brasil e vive em França. Graduada na PARTS em Bruxelas e em psicologia na Université Paris 8. Participou de criações de Wim Vandekeybus, Maguy Marin, David Zambrano, Jordi Galí, Yoann Bourgeois e Christian Rizzo. Apresentou Blanc em diversos festivais da Europa, da América do Sul e da Ásia e recebeu com esta peça o Prémio Beaumarchais-SACD (Festival Incandescences 2015). Codirige a Cia. Arrangement Provisoire em Lyon com a qual é artista associada ao Le Pacifique CDCN de Grenoble de 2016 a 2020 e ao ICI-CCN de Montpellier de 2020 a 2022.
A sua pesquisa coreográfica vincula o trabalho físico a um aspeto plástico da fabricação e manipulação de materiais, figurinos e objetos cenográficos. Vania Vaneau se interessa pelas múltiplas camadas físicas e psíquicas que compõem o corpo humano em uma relação de continuidade com o meio natural e cultural. Jogando com intensidades e contrastes, ela explora as fronteiras entre o interior e o exterior do corpo, materiais visíveis e invisíveis e cria coreografias de plasticidade sensorial e imagética.
CONVERSAS
Com o crítico RUY FILHO (BR)
_ MARCELO EVELIN
2 MAIO _ 21H
Casa da Dança – Ponto de Encontro
_ FRANCISCO T. CAVALCANTI e FRANCISCA PINTO
4 MAIO _ 20H
Casa da Dança – Ponto de Encontro
"Conversar é um dos aspectos mais fundamentais nos dias atuais, em que as turbulências são diárias
e se acumulam cada vez mais. Por isso, o convite é encontrar os artistas, seus interesses, suas pesquisas, suas criações a partir da conversa. Dar pelo encontro um espaço maior ao pensamento.
Na edição de 2023, a Transborda terá o prazer de, enfim, podermos conversar juntos, ao vivo, em público e com o público. Sintam-se convidades. Conversar é sempre melhor quando em multidão."
RUY FILHO
Ruy Filho - Editor e idealizador da plataforma de arte Antro Positivo. Bacharel em Artes Visuais, acompanhou como ouvinte as disciplinas de Semiótica e Ciências Cognitivas (PUC-SP). Desenvolve experimentos de escrita crítica para festivais e instituições de diversos países, sendo os mais recorrentes Brasil, França, Alemanha, Portugal, Áustria, Polônia, Argentina e Holanda. Editou os catálogos dos festivais Mirada e Tempo Festival. Foi curador convidado do FIAC (Bahia), FIT Rio Preto 50 anos (SP), da série “Encontros Improváveis, mas não Impossíveis” para o SESCSP, e por três anos programou teatro, dança e performance para o Teatro do Centro da Terra. Mediou duas edições do Encontro Artes Cênicas & Negócios e os três últimos anos das Palestras Documentadas (Festival de Curitiba). Trabalho com Felipe Hirsch (dramaturgista e crítico interno), Gerald Thomas (assistente de direção) e Teatro Oficina (narrativa de vídeos e tecnologias fílmicas). Integrou, até 2020, a International Association of Theatre Critics no Brasil. É idealizador e curador do OUTROS Festival de Artes, criado em 2021, especialmente para o ambiente digital, do Seminário ADIANTE_Cultura em Futuros e do podcast Diante d.
www.antropositivo.com.br
www.outros.art